sábado, 14 de novembro de 2015

a humanidade perdeu

Diante das duas últimas tragédias na França e no Brasil que ocasionaram a morte de centenas de pessoas inocentes, ontem, publiquei um comentário nas redes sociais e usei uma frase, emprestada do meu amigo Thomaz: “a humanidade perdeu”.
Após algum tempo, eu me peguei refletindo incomodada sobre o sentido arrebatador dessa frase e os rumos que a humanidade está tomando, andando a passos largos, para a sua destruição.  
Não bastaram os horrores da Primeira e Segunda Guerra Mundial. Não, a humanidade não aprendeu nada com aquilo.
Hoje, os tempos são outros, dizemos que a sociedade evoluiu. Evoluiu mesmo? Temos um paradoxo. Não compreendo o fato de que apesar da globalização da sociedade moderna e de estarmos “conectados” pela tecnologia, estamos ao mesmo tempo tão desconectados de nós mesmos. Há  individualismo, egoísmo e intolerância coletiva, generalizados.
Na sociedade moderna há guerras de todas as naturezas e, nesse momento,  talvez já estejamos vivendo a própria Terceira Guerra, talvez já esteja acontecendo, devorando-nos pouco a pouco, sem nos darmos conta.
Essas últimas são apenas dois exemplos, mas há muitas outras ocorrendo simultaneamente no mundo as quais nem a mídia, nem as redes sociais divulgam.
Se pensarmos nas divergências mundiais que ocasionam ações contra a humanidade, podemos citar várias: a guerra entre as duas Coréias, entre Paquistão e Índia, entre Taiwan e China, entre os Estados Unidos, Afeganistão e Iraque, para não citar mais. Os problemas que se apresentam para detonar uma divergência são, na maioria das vezes, simplesmente, a não aceitação do outro.
Ao longo da história podemos testemunhar a crescente intransigência, intolerância, preconceito, hostilidade e violência da humanidade.
Na Idade Média, a Inquisição católica contestou o sincretismo religioso e muitos morreram com requintes de crueldade, na fogueira. No século XX, Hitler se deu ao direito de eliminar grupos considerados politicamente indesejados. Assim, eliminou milhares de judeus e Testemunhas de Jeová. Na África, cristãos não podem expressar sua fé, pois são mortos por rebeldes centro africanos.
No Brasil, constantemente, temos assistido a casos de intolerância religiosa, racismo, homofobia, brigas de torcida, intolerância em todos os níveis, descasos, vaidade, ganância, egoísmos, falta de gentileza e tantas outras ações dessa natureza que, somadas, e em níveis maiores, terminam por ocasionar violência contra a humanidade.
O mundo está acabando a todo instante. Há sempre alguém que, por discordar das opiniões do outro, se vê no direito de querer destruí-lo, ou seja, baseiam-se no fato de que se o outro não é igual ou não pensa exatamente como ele, deve ser eliminado. Assim, veem-se no direito de praticar atrocidades contra a própria espécie.
A hostilidade tem alcançado níveis preocupantes. A convivência entre as religiões e mesmo a aceitação do diferente tem sido uma farsa, apesar das campanhas que, de vez em quando, se vê nas redes sociais.
Assim, em se tratando de evolução, houve um terrível nó no desenvolvimento da sociedade. O que fica entendido é que ela precisa evoluir a sua maneira de lidar com as diferenças, pois diferenças e pluralismo de ideias fazem parte da humanidade desde sempre. Não podemos confundir liberdade de expressão com intolerância.
Para nos aproximarmos do sentido da frase “a humanidade perdeu”, temos que trazer a palavra humanidade para mais perto de nós, temos que transformar a palavra humanidade em: nosso vizinho, meu filho, minha família, meu irmão, meu colega de trabalho, ou seja, reconhecer que atitudes boas ou más podem atingir e transformar o futuro de quem está próximo de nós.

Sejamos intolerantes apenas com a intolerância, porque é preciso aprender a aceitar as diferenças. Esse aprendizado deve começar na base da família, – dentro da qual não se deve aceitar xingamentos e desrespeito –, e também na educação básica que deve ser tratada com mais seriedade nesse país, com professores preparados para formar cidadãos capazes de contribuir para a evolução da sociedade e conscientes de sua contribuição para o mundo como cidadãos solidários, justos... humanos.

divagando

é que aquele primeiro beijo perfumou minha alma... renasci mais forte. roupa amassada e um desejo de ver o pôr do sol. tinha medo. olhava o barulho da chuva, trazia um doce cheiro de mato. eu via o cheiro entrar pelas frestas. é que o sol anunciava o dia.

renascendo

envelheci.
nasci para um novo começo
reconheço, não fui uma boa menina
não sei viver de mentira,
só sei ver o que a vida me dá
e também o que me tirou
não sei se tudo morre,
morre?
não achei resposta nos livros,
foi por isso que eu me inventei
assim, desse jeito
meio no vai da valsa,
eu não me explico,
me reinvento
meu amor
é de fora pra dentro.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

há instantes que se eternizam: beijo de amor ou raiva passageira, tudo se faz eterno quando lhe damos lugar.  mas hoje, tudo que eu queria era estar debaixo de uma jabuticabeira contando estrelas e rindo sem parar, fazendo alguém sorrir. suportando a dor, transgredindo a norma. eu só queria um amor normal e sem medida. é que eu não acho um desses em lugar nenhum...

Insônia

Noite, infinita...
Havia um quê de pecado em minh’alma
e um canto triste que já anunciava o dia.
Aqui dentro, chovia mais que lá fora...
é que a chuva la(e)vava meu coração.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

a beleza é triste quando se está só. não dá pra admirar o mundo sozinho, só vale se você compartilhar com alguém o prazer de ver. não dá pra admirar sem dizer algo a respeito. e se não há ninguém pra quem contar, pra quê olhar?
o coração tinha parado. o que batia era o som do relógio que nem mais marcava hora, só contava os segundos que o tempo levou pra tirar você de mim. foi assim. sem delongas, nem coerência. o café nem estava ali: passou esquecido por entre as lágrimas. sei lá, é porque anda faltando solidez nesse barco de fugacidade.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

ah, era difícil! eu me apegava aos passos que marcavam não o caminho já feito, mas o ainda a percorrer. eu já não via o chão, nem podia. havia um buraco que rasgava meu coração, bem no meio. eu via o meio, meio sem jeito de seguir para achar o fio da meada e achar o fim. não havia fio, nem fim, só um cantarolar ao longe que indicava possibilidades. eu não sabia, mas era por lá que deveria ir. e essa minha cabeça nem pra me guiar... também pudera, era com o coração que eu sabia andar...

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Casal na chuva


O barco